Nada menos do que 12 álbuns do grupo carioca Os Originais do Samba estão sendo disponibilizados nas plataformas digitais neste fim de semana. Gravados e lançados entre 1970 e 1983 pela extinta gravadora RCA–Victor, estes discos trazem o supra-sumo do repertório deste grupo que contagiou o Brasil (e parte do mundo) com suingue personalíssimo e com uma alegria pop de tocar samba.
Formado em 1965, a partir de ruidosa dissidência de um grupo intitulado Os Sete Modernos, o sexteto Os Originais do Samba atuou primeiramente nas noites carioca e paulista até ganhar projeção em 1968 ao participar da I Bienal do Samba, acompanhando a sempre antenada cantora Elis Regina (1945 – 1982) na defesa do samba Lapinha (Baden Powell e Paulo César Pinheiro, 1968).
No embalo da boa visibilidade obtida nesse festival dedicado ao samba (que não marca a estreia do sexteto, como informa erroneamente o comunicado enviado à imprensa pela gravadora Sony Music sobre os 12 relançamentos), o grupo – originalmente formado por Bidi, Bigode Chiquinho, Lelei, Rubão e o cantor, percussionista e humorista carioca Antônio Carlos Bernardes Gomes (1941 – 1994), o Mussum – entrou na RCA e gravou o primeiro álbum, Os Originais do Samba (1969). O disco fez grande sucesso, impulsionado pela música Cadê Tereza? (1969), presente de Jorge Ben (então numa das fases de maior popularidade da carreira) para o grupo.
A elogiada cozinha dos Originais do Samba era resultante do talento de ritmistas que circulavam e tocavam com desenvoltura pelos morros e escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Aliás, foi como tocador de reco-reco nos Originais do Samba que Mussum teve a ideia de acoplar as cordas do cavaquinho ao banjo para amplificar o som do instrumento, usado pioneiramente nesse novo formato em Samba exportação (1971), quarto álbum do grupo carioca Os Originais do Samba e um dos 12 títulos ora reeditados nas plataformas digitais.
Em grande evidência na primeira metade da década de 1970, período em que emplacou sucessos como Do lado direito da rua direita (Luiz Carlos e Chiquinho, 1972), Esperanças perdidas (Adeilton Alves e Délcio Carvalho, 1972) e Tragédia no fundo do mar (Assassinato do camarão) (Ibrain e Zeré, 1974), Os Originais do Samba marcaram época nos anos 1970 com um samba pautado pelo suingue e pelo bom humor, de linhagem distinta da produção poética de compositores como Cartola (1908 – 1980) e Paulinho da Viola.
Eis os 12 títulos da discografia dos Originais do Samba que ganham edições nas plataformas digitais, nas quais já estavam disponíveis os álbuns Os Originais do Samba (1969) e O samba é a corda, Os Originais a caçamba (1972):
Os Originais do Samba vol. 2 (1970)
Samba é de lei (1970)
Samba exportação (1971)
É preciso cantar (1973)
Pra que tristeza? (1974)
Alegria de sambar (1975)
Em verso e prosa (1976)
Os bons sambistas vão voltar (1977)
Aniversário do Tarzan (1978)
Clima total (1979)
Os Originais do Samba (1981)
Canta, meu povo, canta (1983)